Onze transformações que aconteceram em São Paulo no último século
JANUARY 20, 2022 VejaSP![Imagem em preto e branco mostra rio entre margens de grama.](https://vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/01/Leito-do-Rio-Pinheiros-fotografia-do-livro-_Transformacoes-Urbanas_-Sao-Paulo-1893-1940_-da-Fundacao-Energia-e-Saneamento..jpg.jpg)
Corrida de São Silvestre à noite
Entre 1925 e 1988, a tradicional e última corrida de rua do ano foi realizada no período noturno. A prova, uma das mais importantes da América do Sul, passou a ocorrer à tarde por determinação da Federação Internacional de Atletismo e para facilitar as transmissões pela TV.
Outras mudanças ao longo das décadas foram os trajetos, que se expandiram além do centro, e a distância que deveria ser percorrida pelos atletas, amadores e profissionais. No início, a competição tinha apenas 8 quilômetros de extensão, contra os 15 quilômetros atuais.
![Imagem mostra multidão de pessoas correndo em avenida.](https://vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/01/Vista-aerea-da-Corrida-de-Sao-Silvestre-na-Avenida-Paulista_JORGE-ROSENBERG_divulgacao.jpg-1.jpg?resize=650,433)
Interlagos sem alambrados
Inaugurado em 12 de maio de 1940, o Autódromo de Interlagos foi reformado em 1971 para poder receber o GP Brasil de Fórmula 1 no ano seguinte. Entre 1981 e 1989, o local deixou de abrigar a prova, realizada no Rio de Janeiro, mas recuperou o posto em 1990 e não o perdeu mais.
Com o nome oficial de José Carlos Pace, em homenagem ao piloto, que morreu em 1977, o autódromo foi palco de grandes vitórias de brasileiros na categoria, como as de Emerson Fittipaldi (1973 e 1974), Pace (1975), Ayrton Senna (1991 e 1993) e Felipe Massa (2006 e 2008).
![Imagem mostra carros de corrida em pista, à direita, e multidão atrás de barreira de madeira, à esquerda,](https://vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/01/corrida-no-autc3b3dromo-de-interlagos-nos-anos-50_Reproducao-A-Saga-dos-Fittipaldi_Panda-Books.jpg.jpg?resize=650,433)
Manequinho histórico
Com 48 000 metros quadrados, o Viveiro Manequinho Lopes, anexo ao Parque Ibirapuera, foi criado em 1928, oito anos depois de a prefeitura comprar um terreno pantanoso, que abrigara aldeias indígenas no início da colonização. O espaço, de 1,5 milhão de metros quadrados, se tornaria o principal parque da metrópole.
Em 1933, os responsáveis pelo projeto do parque pediram a retirada do viveiro. O então diretor da Divisão de Matas da gestão municipal, Manoel Lopes de Oliveira Filho, falou diretamente com o prefeito Fábio Prado e conseguiu reverter a situação. Morto cinco anos depois, Manequinho Lopes, como era conhecido, deu nome ao local.
![Imagem mostra campo com caixa d'água branca alta e uma estrutura ao fundo.](https://vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/01/manequinho_divulgacao-secretaria-do-verde-e-meio-ambiente.jpg.jpg?resize=650,436)
Uma Avenida Rebouças rural
Quem trafega pelos 4 quilômetros da avenida depara com grandes e suntuosos edifícios em fase final de construção, mas nem sempre foi assim. Até a metade da década de 30, a via era de terra e limitava-se a ser uma passagem rural.
O nivelamento, asfaltamento e alargamento da Rebouças ocorreu a partir de 1935. Cinco anos depois, com a construção da Avenida Eusébio Matoso, sua continuação, a Rebouças passou a ficar mais movimentada.
Homenageia o engenheiro André Rebouças, que participou da Guerra do Paraguai e foi responsável pelo projeto da estrada de ferro que vai de Curitiba ao litoral paranaense, no século XIX.
![Imagem em preto e branco mostra rua, ao centro, com dois carros trafegando. À direita da rua, mato, à esquerda, casas.](https://vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/01/Reboucas-no-sentido-centro-bairro-fotografia-de-benedito-junqueira-dua-e1540493529482.jpg.jpg?resize=650,427)
Horizonte no Rio Pinheiros
Primeiramente chamado de Jurubatuba (lugar com muitas palmeiras jerivá, em tupi), o Rio Pinheiros ganhou esse nome em 1560. Na época, os jesuítas criaram um loteamento indígena em sua margem ainda bucólica.
A partir do século XX, o local passou a ser modificado, com a chegada de imigrantes japoneses e italianos. O curso do rio começou a ser modificado em 1940, com o intuito de reduzir as inundações e para a construção da atual via expressa Marginal Pinheiros.
![Imagem em preto e branco mostra rio entre margens de grama.](https://vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/01/Leito-do-Rio-Pinheiros-fotografia-do-livro-_Transformacoes-Urbanas_-Sao-Paulo-1893-1940_-da-Fundacao-Energia-e-Saneamento..jpg.jpg?resize=650,473)
Casa de show em Pinheiros
Foram dezenove anos de existência e muita balada para o público jovem paulistano, que foi envelhecendo e sendo renovado. Localizado próximo ao Largo da Batata, na Rua Miguel Isasa, o AeroAnta era uma mistura de restaurante, bar, danceteria e casa de shows.
Pelo seu palco passaram artistas como Cazuza, Joe Satriani, Raimundos, Marisa Monte, Tim Maia, Ira!, entre muitos outros.
![Imagem mostra desenho de anta com um chapéu e o nome, embaixo,](https://vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/01/Aeroanta_reproducao-materia-Vejinha.jpeg.jpg?resize=650,433)
Ficava na Rua Fidalga, 32
Um dos primeiros bares da Vila Madalena, o Fidalga 33 tinha shows ao vivo de estilos que variavam a cada dia. Subiram ao palco bandas como Tihuana e CPM 22, de grande sucesso no início do século. O local também era aberto a exposições artísticas.
Entre as principais bebidas da casa se destacava o “foguinho”, que era servida pegando fogo e era feita com conhaque e licor de café. Fechou as portas na década passada.
![Imagem mostra cartaz preto escrito](https://vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/01/fidalga33_divulgacao_materia_vejinha.jpg.jpg?resize=650,434)
Pré-Faria Limer
O Shopping Iguatemi, inaugurado em 28 de novembro de 1966, é o primeiro centro de compras do Brasil. O espaço foi idealizado pelo construtor Alfredo Mathias e erguido em um terreno que abrigava uma chácara da família Matarazzo.
Na época, a elite paulistana viu a empreitada com desconfiança, pois estava acostumada a fazer compras na Rua Augusta, não em um local fechado. O shopping ganhou esse nome porque era instalado na rua de mesmo nome, mas parte desse logradouro foi incorporada à Avenida Brigadeiro Faria Lima, seu atual endereço
![Imagem mostra espaço enorme com carros estacionados à frente. Ao fundo, prédios.](https://vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/01/shopping-center-iguatemi_materia-Vejinha.jpg.jpg?resize=650,433)
A Concha Acústica do Pacaembu
Ela nasceu junto com o estádio, em 1940, e serviu como palco para inúmeras apresentações musicais e culturais. Seu formato também provocava um efeito acústico com o canto das torcidas durante os jogos no local.
Em 1970, a concha acústica deu lugar a um monumento que também não existe mais, o tobogã. Projetado pelo arquiteto Arnaldo Martino, essa arquibancada vai dar lugar a um edifício comercial que ficará ao lado do campo.
![Imagem mostra jogadores de futebol em gramado. Ao fundo, uma estrutura branca.](https://vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/01/palmeiras-e-coritiba-durante-jogo-na-inauguraccca7acc83o-do-estacc81dio-do-pacaembucc81..jpg.jpg?resize=650,486)
A nata paulistana
Nenhuma outra casa noturna da cidade era tão requisitada nas décadas de 80 e 90 quanto o Gallery. Localizada na Rua Haddock Lobo, nos Jardins, a badalada balada recebia personalidades como Pelé, Ayrton Senna e Luiza Brunet. Foi lá, em 1983, que a revista Playboy fez a festa de lançamento da edição com Xuxa na capa.
Inaugurada em 1979 por José Victor Oliva, Gugu di Pace, José Pascowitch e Giancarlo Bolla, a boate entrou em decadência na segunda metade dos anos 90. Em 2000, realizou uma luta de boxe entre Maguila e Daniel Frank. Fechou as portas definitivamente em 2007.
![Imagem mostra dois homens e uma mulher sentados em uma mesa, conversando.](https://vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/01/1056_victor_oliva-esq-no-gallery_1.jpeg.jpg?resize=650,433)
As águas passadas do Tietê
Quem passa pela Marginal Tietê e vê as águas ora marrons, ora negras pode não imaginar que há algumas décadas o leito do rio era navegável e seu entorno, arborizado. Nas águas paulistanas do velho Tietê, eram comuns competições de esportes náuticos, como remo e natação.
O traçado do rio começou a ser modificado na década de 30, quando ele perdeu seu caráter sinuoso e passou a dar espaço às pistas das atuais marginais. A primeira parte da via ia da Ponte das Bandeiras à da Vila Maria. O último trecho, entre a Ponte Aricanduva e a divisa com Guarulhos, ficou pronto em 1977.
![Imagem mostra estrada ao lado de rio, curvilíneo.](https://vejasp.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/01/Vista-aerea-da-Marginal-Tiete..jpg.jpg?resize=650,639)
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